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Arquitetos: Henley Halebrown Architects
- Ano: 2022
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Fotografias:Nick Kane, David Grandorge
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Fabricantes: Allgood, CPI Euromix, Cre8, Encapsulite, Forticrete, Forza Doors, HAG, MHB, Naylor, ROCKWOOL, Troldtedkt
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Laszlo fica em uma rua majoritariamente residencial em uma área de conservação próxima a Highgate, no norte de Londres, e vizinha da University of Arts de Londres. O edifício de 5 andares data de 1900. Originalmente chamado Batavia Mills, era usado para fabricação e impressão, e durante a Segunda Guerra Mundial, foi o espaço de armazenamento de máscaras de gás. As fachadas são de tijolo, com elementos estruturais pronunciados e aberturas de janelas em arco, dispostas em camadas para criar uma fachada com profundidade e sombra. Por dentro, a armação estrutural é feita de aço.
A maior parte do edifício está envolta em colunas e vigas de concreto, mas em alguns andares, a estrutura de aço fica aparente. Quando foi reformada pela última vez há 30 anos - aparentemente para o armazenamento de mercadorias de atacado - uma camada de história foi acrescentada. A empena leste foi reconstruída com uma nova entrada, e atrás dela uma nova escadaria e elevador. Quando visitamos o edifício pela primeira vez em 2016, os andares estavam divididos e ocupados de forma objetiva para seu uso, ocultando as proporções originais do edifício.
Durante décadas, a construção de um edifício de escritórios foi pensada a partir de uma abordagem de "concha e núcleo" e, mais tarde, "encaixada". Isso reflete o aspecto especulativo de um edifício de escritórios onde uma "concha é uma forma da infra-estrutura e o encaixe é projetado de forma a atender as demandas para a ocupação do inquilino. Como resultado, o interior, projetado para exigências particulares, torna-se descartável. A especificidade do interior do escritório, o grau em que ele é personalizado, mobiliado e vestido, muito parecido com um hotel, intensificou-se à medida que a natureza de produto e consumo da imagem do escritório se tornou mais pronunciada. Neste contexto, procuramos ilustrar o quão elementar pode ser a construção de um escritório, expondo o tecido com 100 anos de idade e fazendo ajustes a partir técnicas e materiais de construção de baixa tecnologia. Esta abordagem se complementa com elementos baseados em uma série de referências artísticas.
Uma simples tela envidraçada de aço sob uma nova viga de concreto conforma a nova entrada. No interior, as paredes de alvenaria formam um conjunto de salas interligadas - salão, lobby do elevador, recepção e "sala de estar". De forma geral, a estrutura original é mantida exposta. Alguns espaços têm tetos de lã de madeira e comprimentos intencionalmente escultóricos de vários tamanhos e formas variadas, que se desvirtuam em sua função. O mesmo trabalho com blocos foi usado para fechar os elevadores, escadas e banheiros. Em todos os casos, o tijolo é precisamente detalhado e cuidadosamente assentado, trazendo um real sentido de ofício. Em todas as portas, a partir da referência das paletas de cores de Josef Albers, os batentes são sobrepostos como se fossem telas penduradas em uma parede. Em cada andar, os estudos de cores são trabalhados para criar uma galeria de portas. O espaço articulador dos banheiros tem uma iluminação embutida no teto que lembra os interiores de escritórios norte-americanos de meados do século XX.
Uma pintura de Lazlo Moholy Nagy tornou-se a inspiração para os reparos que fizemos nos pisos de concreto - utilizando argamassa cor de terra onde as juntas previamente cortadas no piso tinham sido removidas. No piso superior, a reforma também expõe o telhado de aço e vigas de madeira dos anos 80. O mobiliário foi concebido e feito de duas maneiras, mas em ambos os casos em diálogo com o edifício original: a recepção e uma estante são elementos da estrutura reimaginados como móveis. "Estrutura como mobiliário, enquanto o armário junto à ilha da cozinha é um móvel composto na imagem da estrutura, em outras palavras, móveis como estrutura".
As vigas de aço aparentes e calhas elétricas que atravessam o espaço de distribuição são pintadas em marfim e cinza claro, contribuindo para um interior claro no qual a luz do dia e a luz artificial refletem, e sombras se fundem. As novas paredes são cinza claro quente, e a argamassa é semelhante na cor e nivelada com a superfície dos blocos. Ao redor dos elevadores, os blocos são colocados de lado para maior resistência enquanto a face estriada se liga à parede mais estreita adjacente. Onde as novas paredes encontram um obstáculo, por exemplo, uma viga, ladrilhos finos de bloco de concreto são empilhados um a um sobre um leito de argamassa.
Ao contrário das convenções de "concha e núcleo" e "encaixe", a obra se concentra no detalhamento cuidadoso de materiais padrão e na continuidade do pensamento entre os maiores elementos da estrutura e os mais finos detalhes táteis. Materiais - concreto, argamassa, madeira e o pigmento nas portas - formam uma arquitetura colorida e sustentável e que confronta o fast fashion e a cultura da efemeridade. A proposta busca reforçar a importância da noção de um interior que tem integridade arquitetônica e propósito além da superfície.